Pandemia intensifica surgimento de transtornos alimentares
Imagem: Adobe Stock

Com a mudança nos hábitos do dia a dia em decorrência da pandemia do covid-19, o brasileiro teve de se adaptar com o isolamento e a rotina dentro de casa. Devido às restrições sanitárias, houve alterações nos costumes comportamentais e alimentares de uma expressiva parcela da sociedade. O aumento no estresse e ansiedade causado pelo distanciamento trouxe também consequências físicas e mentais, como o surgimento de transtornos alimentares.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os distúrbios relacionados à alimentação são um conjunto de doenças de caráter psicológico, hereditário, genético ou social, que consistem em problemas durante a ingestão de alimentos. Com a pandemia, cerca de 4,7% da população do Brasil apresentou sinais de transtornos conforme levantamento da OMS, sendo a maior incidência em mulheres jovens de 14 a 18 anos. No panorama global, o índice foi de 2,6 em cada 100 indivíduos, 45% a menos se comparado com a taxa do Brasil.

Segundo Cyntia Maureen, nutricionista da Superbom, empresa pioneira na produção de alimentos saudáveis, entre os variados distúrbios, os mais comuns são: a compulsão, caracterizada pelo consumo excessivo de alimentos e a relação com o sobrepeso e a obesidade; a anorexia que, motivado pelo transtorno de imagem e perda de peso, o indivíduo para de comer mesmo estando dentro dos padrões considerados saudáveis; e a bulimia, ingestão exagerada de comida seguida de comportamentos que visam emagrecer, como o vômito, exercício físico exagerado e uso de laxantes. Maureen afirma que outro reflexo observado no período que pode estar associado a essa questão foi o aumento de peso da população. Publicado em janeiro de 2021, um estudo elaborado pelo Instituto de pesquisa e inteligência Ipsos concluiu que 52% dos brasileiros engordaram em média 6,5 quilos após o início da quarentena.

Apesar de não haver um método de cura específica para o transtorno alimentar, a especialista reforça a importância de tratamentos que auxiliam no controle da doença. “O acompanhamento de psicólogos, psiquiatras e nutricionistas é fundamental para evolução no quadro do paciente. Através do diagnóstico é possível identificar as causas da compulsão e trabalhar em busca da diminuição dos sintomas e cura”, diz.

Cyntia explica que algumas práticas podem favorecer o processo de recuperação, como evitar dietas restritivas, a introdução da prática de exercícios e uma rotina saudável. “Hábitos alimentares radicais que consistem na redução ou controle alimentício podem ter um papel de desequilíbrio, aflorando o transtorno. O ideal é manter um cardápio indicado pelo nutricionista, aliado à implementação de atividades físicas, afim de proporcionar bem-estar e a sensação de prazer”, declara. A profissional conta que a qualidade do sono também tem potencial benéfico e pode influenciar o tratamento positivamente. “Dormir em média oito horas por noite pode ajudar no estresse e ansiedade, fatores que intensificam os distúrbios. Além disso, um descanso satisfatório auxilia no equilíbrio do apetite, devido a regulação de hormônios e do metabolismo”, afirma.

A profissional da Superbom destaca que o primeiro passo para o progresso do indivíduo é identificar o problema de forma precoce, assim que começarem a surgir os primeiros sinais de anormalidade alimentar. “Infelizmente os pacientes podem ter dificuldades para assimilar os distúrbios, portanto, a família tem um papel crucial no auxílio e busca por tratamento. Por fim, a assistência de uma equipe multidisciplinar especializada assegura a reabilitação adequada”, conclui.

Fonte: assessoria de imprensa