Inflação dos Alimentos e o Consumo de Açúcar no Brasil

Em meio à inflação global dos alimentos, a Scanntech analisa as tendências de consumo de açúcar no Brasil após um aumento significativo nos preços, impulsionado pela redução da oferta mundial.

Escassez global de açúcar

Afinal, a escassez global de açúcar, intensificada pelo aumento do uso de cana-de-açúcar para biocombustíveis e pela quebra de safra na Índia – o segundo maior produtor mundial após o Brasil – resultou em preços mais altos no varejo alimentar brasileiro. Assim, no acumulado do ano, a Scanntech identificou que o preço do açúcar apresentou queda inclusive maior que os demais itens da mercearia básica.

“Mas é no curto prazo que observamos que o preço do açúcar, desde junho, vai na contramão das demais commodities. Quando outros itens de mercearia básica estão registrando queda em relação ao ano passado, o preço do açúcar dispara. Em setembro já estava 5% acima de março de 2023, que foi o ponto mais baixo da séria histórica”, detalha Priscila Ariani, diretora de Marketing da Scanntech.

Preços e volume

Sobretudo, durante este período, observou-se que nas categorias de guloseimas, houve reflexos tanto em volume quanto em preço. O preço médio do pirulito, por exemplo, chega a dobrar.

Os preços em alta impactam o consumo. A Cesta de Mercearia Básica começa a recuperar volume apresentando crescimento em relação a 2022 nos meses de junho e julho. O açúcar vem registrando retração ao longo do ano, mas a queda desacelera no 2º quadrimestre do ano. “De modo geral, estamos observando uma melhora na demanda pelos itens da Mercearia Básica, cesta que vem apresentando a maior retração de preços entre as demais cestas do varejo alimentar. O controle da inflação nos últimos meses, em especial da inflação dos alimentos, tem sido fundamental para a recuperação do poder de compra do consumidor, com forte reflexo na demanda por alimentos”, conclui Priscila.

O fenômeno climático El Niño, que historicamente provoca seca em países asiáticos, resultou em uma redução de 6% a 8% na produção global de açúcar. Este é o resultado em comparação com a colheita anterior, aponta a Ágora Investimentos. Ainda segundo o estudo, o Brasil, responsável por cerca de 40% das exportações globais de açúcar, enfrenta pressões altistas nos preços internos. Isto de deve ao aumento dos preços internacionais e à provável proibição das exportações de açúcar pela Índia a partir de outubro de 2023.

Fonte: assessoria de imprensa