Cortar por completo o sal da dieta pode ter consequencias indesejáveis
Sal

Você já deve ter ouvido falar que o sal e o açúcar em excesso são dois vilões na dieta. Mas isso não necessariamente deve entrar em sua cabeça como uma proibição. “A exclusão total do sódio da alimentação, ou dietas extremamente restritivas, podem levar a um problema conhecido como hiponatremia, que é a diminuição, no sangue, do sódio em relação à água. Isso pode causar edema cerebral e crises convulsivas. Mas além disso, a ausência desse mineral pode levar à dor de cabeça, desidratação intensa, fraqueza muscular, vômitos, diarreias e até mesmo a arritmia cardíaca.

Para praticantes de exercícios físicos, a falta de sódio também pode dificultar a contração muscular, piorar o desempenho e causar cãibras”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). “Nosso organismo precisa de sódio, mas em baixas quantidades.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, devemos ingerir cerca de 2,4 gramas de sódio por dia (5 gramas de sal, aproximadamente). Em países tropicais, com o clima mais quente, transpiramos mais e perdemos mais sal, então zerar a sua ingestão não é recomendado”, explica a médica. Sabemos que o brasileiro adulto ingere em média 12g diárias, mais que o dobro recomendado, portanto para a população em geral a orientação de reduzir o consumo de sal é corretamente aplicada e em muitas situações a quantidade de 5g deve ser reduzida ainda mais, sempre com orientação médica.

Segundo a médica, o sódio é um mineral importante, uma vez que atua em funções do organismo como equilíbrio de líquidos, impulsos nervosos, ritmo cardíaco, contração muscular, entre outros. “O sódio e o potássio no sangue possuem uma função ativa de transporte de nutrientes em níveis celulares. Na prática, isso significa que o sódio ajuda na troca de nutrientes no meio celular, sejam eles aminoácidos, glicose ou água. Por isso, ele será fundamental no processo de contração muscular durante um treino ou esforço físico, por exemplo, e também na recuperação. A ingestão baixa ou zero de sódio em praticantes de musculação pode prejudicar o processo de contração muscular, a recuperação e a qualidade dos treinos”, explica a médica.

Essa ideia equivocada de zerar a ingestão de sódio é uma cópia de estratégias do que fazem fisiculturistas antes de competições para desidratar o corpo e melhorar a definição muscular. “Mas isso é nocivo para o organismo”, explica a médica.

Tudo deve ser feito com equilíbrio, já que em excesso ele prejudica a função renal, pode causar problemas cardíacos e desequilíbrio hídrico no corpo. A grande questão para se precaver do consumo excessivo é estar atento ao rótulo dos produtos alimentícios.

“Geralmente presente em temperos industrializados, comidas industrializadas, o sódio também está embutido nos alimentos doces (refrigerantes e até água com gás às vezes tem muito sódio). Em excesso, ele vai contribuir com o aumento de pressão arterial, que é um fator de risco para a doença cardiovascular e problemas circulatórios, e aumenta muito a retenção hídrica. Se você tem uma dieta muito rica em sódio, você começa a inchar muito e reter muito líquido no organismo. E isso vai começar a dar problemas de edema em geral, pernas pesadas e cansadas”, afirma a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

O segredo de tudo é a moderação. “Uma dieta individualizada, equilibrada, variada e o mais natural o quanto for possível sempre trará mais benefícios ao organismo do que dietas baseadas em restrições e excessos”, finaliza a médica nutróloga.

 

Fonte: assessoria e imprensa