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É notório e público que os alimentos orgânicos têm ganhado destaque nas últimas décadas como uma alternativa mais saudável e sustentável para a população mundial. No Brasil, a tendência também tem se fortalecido à medida que as pessoas estão buscando uma alimentação equilibrada e consciente.

Cultivados sem o uso de pesticidas sintéticos, herbicidas, fertilizantes químicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs), os orgânicos nascem a partir de práticas sustentáveis, como a rotação de culturas e o uso de compostagem e adubos naturais. Segundo a pesquisa Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023, realizada pelo Instituto Organis, 46% da população nacional já consome alimentos orgânicos, o que representa um crescimento de 16% comparado a última edição feita em 2021.

Benéficos para a saúde

Podemos atribuir o aumento da popularidade dos alimentos orgânicos, em parte, aos benefícios para a saúde de quem os consome. Essa vantagem está relacionada diretamente ao processo de produção, que envolve uma menor exposição a resíduos de pesticidas e produtos químicos tóxicos. Com isso, as pessoas têm uma diminuição do risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como câncer, doenças cardíacas e distúrbios hormonais.

Indo além, os alimentos orgânicos eliminam a presença de aditivos químicos, como corantes, conservantes e aromatizantes artificiais – itens normalmente presentes nos alimentos ultraprocessados. Eles também tendem a ser mais ricos em nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e antioxidantes, graças ao solo saudável e às práticas de cultivo orgânicas. Como resultado, os orgânicos oferecem um sabor mais intenso e uma frescura superior em comparação aos convencionais, já que são frequentemente colhidos quando estão maduros – diferentemente dos tradicionais que são colhidos antes da completa maturação para resistir ao transporte e armazenamento.

Benéficos para o meio ambiente

Além dos benefícios diretos para a saúde, os alimentos orgânicos contribuem também para a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade agrícola. Até porque as práticas orgânicas de cultivo ajudam a promover a biodiversidade, ajudando a manter ecossistemas saudáveis e a preservar a vida selvagem.

Pelo fato de utilizar menos produtos químicos, a agricultura orgânica também ajuda a reduzir consideravelmente a poluição da água e do solo, o que contribui para a melhor qualidade de ambos. Outro ponto relevante passa pelo menor gasto energético e de recursos renováveis atrelados à técnica orgânica, o que tende a valorizar ainda mais a conservação dos recursos naturais do planeta.

Como aderir aos orgânicos no dia a dia

Apesar de todos os benefícios, a realidade é que ainda existem alguns obstáculos que dificultam a inclusão dos alimentos orgânicos no cardápio diário do brasileiro. O principal deles segue atrelado ao preço, uma vez que os produtos tendem a ser mais caros do que os alimentos convencionais. No entanto, é preciso deixar claro que já existem maneiras inteligentes de incorporar os orgânicos no cardápio sem comprometer o orçamento.

Uma dica valiosa é a compra de alimentos da estação, pois são mais acessíveis devido à maior escala de produção. Como encontrá-los? Hoje em dia, serviços de assinatura proporcionam praticidade e acesso a estes alimentos. Outra opção é cultivar seus próprios alimentos orgânicos em casa. Mesmo em espaços relativamente pequenos, já é possível cultivar ervas, vegetais e frutas orgânicas sem grandes esforços. Isso garante alimentos frescos e contribui para a criação de um ambiente agradável em sua residência.

A verdade é que os alimentos orgânicos oferecem inúmeros benefícios para a saúde, além de desempenharem um papel fundamental na promoção da sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Portanto, incorporar os orgânicos no dia a dia pode ser uma escolha consciente que beneficia tanto a sua saúde quanto o planeta.

*Eduardo Petrelli é cofundador e CEO da Diferente, principal foodtech de alimentos orgânicos do Brasil. É formado em Engenharia de Produção pela Universidade Católica do Paraná e pós-graduado em Business e Finance pela Universidade de Berkeley (EUA).