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A tecnologia de alimentos tem passado por uma transformação, através do tempo e de conhecimentos científicos, em busca do desenvolvimento das carnes vegetais. Essa nova tecnologia é conhecida como novas alternativas para o consumo de carnes ou também a carne “plant based”, uma vertente da gastronomia que tem ganhado destaque, principalmente no veganismo, vegetarianismo e até mesmo para pessoas que buscam uma alimentação com menos consumo de carne animal. Este avanço tem se dado através das preocupações, cada vez mais presentes em relação ao meio ambiente, princípios éticos e saúde.

As carnes vegetais são pensadas e produzidas com ingredientes vegetais, como leguminosas, cereais e também alguns tipos de algas, todos esses insumos são cuidadosamente adicionados para promover um produto que tenha textura, sabor e aparência próximos das carnes convencionais. As proteínas escolhidas para determinado produto levam a adição de temperos, especiarias e outros componentes para trazer essa experiência gastronômica que compõe semelhança à carne convencional.

Novos processos e técnicas para produção são explorados com objetivo de aprimoramento de textura, de sabor, de suculência aos produtos considerados inovadores. A tecnologia a serviço da ciência traz técnicas capazes desenvolver uma estrutura fibrosa parecida com a carne e também faz uso de fermentações nas proteínas vegetais com o objetivo de facilitar a digestão do alimento.

A tecnologia deste nicho da alimentação tem sido bem aceita, principalmente por grupos que desejam reduzir seu consumo de proteína animal, estudos demonstram que o fenômeno do “plant based” está em constante crescimento como tendência gastronômica mundial com este foco da preservação ambiental e redução da emissão de gases poluentes relacionados à atividade pecuária, impactos do consumo excessivo de proteína animal e até mesmo da importância do bem-estar animal.

Neste sentido, a proteína vegetal, mais precisamente o advento da evolução tecnológica fez com que novas oportunidades de consumo fossem geradas, trazendo a possibilidade de auxílio nas causas ambientais, mas também na prática e no hábito alimentar de pessoas que são adeptas ao processo de redução do consumo da indústria animal, assim favorecendo o consumo de proteínas vegetais como substituto para uma alimentação diária ou até mesmo, na substituição da proteína animal de alguns dias da semana.

Todos estes processos para que a carne vegetal possa ser viabilizada são de fato fatores que trazem ao consumidor a satisfação não só de se alimentar, mas também fisiológica e bioquímica, pois o consumo da proteína libera outras reações necessárias para o melhor funcionamento do organismo, no que diz respeito ao desejo alimentar, sensorial e cultural. Com o objetivo de praticar o consumo sustentável e contribuir para o futuro da alimentação e o bem-estar do planeta.

*Luiz Felipe Tomazelli é gastrólogo e professor da Escola Superior de Saúde na UNINTER.