Você sabe o que está comendo? Alimentos "fake" colocam sua saúde em risco
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Você sabia que mais da metade das calorias ingeridas por adolescentes brasileiros vêm de alimentos ultraprocessados? Um estudo do IBGE com o Ministério da Saúde acende o alerta para um problema presente diariamente no prato de milhões de brasileiros.

Segundo Paula Macedo, Professora do Curso de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina, o perigo mora exatamente aí: no hábito silencioso e cotidiano de consumir o que ela chama de “alimentos fake”. Esses produtos imitam os alimentos naturais, mas, na verdade, são falsificados ou com composição diferente, muitas vezes com qualidade inferior.

“Os alimentos fakes parecem saudáveis, mas estão longe disso. Eles passam por vários processos industriais e contêm substâncias químicas que não usamos em casa, como corantes, conservantes, emulsificantes e aromatizantes artificiais”, explica Paula.

Salgadinhos de pacote, refrigerantes, biscoitos recheados, macarrão instantâneo e bebidas lácteas adoçadas são apenas a ponta do iceberg. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o consumo de ultraprocessados aumenta em 29% o risco de obesidade, além de estar associado a doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e câncer. Mas se esses produtos fazem tão mal, por que continuam dominando as prateleiras e os carrinhos de compras?

Para Paula, a resposta está na publicidade agressiva e nas embalagens enganosas. O uso de termos como ‘fit’, ‘zero’, ‘rico em vitaminas’ e ‘natural’ tem o objetivo de atrair o consumidor. Mas por trás dessas palavras, muitas vezes há uma combinação perigosa de açúcares, sódio e gordura trans”, explica. Ainda, um estudo da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o consumo de apenas 10% a mais de ultraprocessados na dieta pode estar associado a um aumento de até 15% no risco de mortalidade precoce.

Apesar de iniciativas como o novo modelo de rotulagem frontal, implantado pela Anvisa em 2022, Paula acredita que o brasileiro ainda tem dificuldade em identificar alimentos prejudiciais. “Falta educação alimentar nas escolas, nas unidades de saúde e nas campanhas de mídia. E o nutricionista deveria estar à frente desse processo, ajudando a população a fazer escolhas mais conscientes. Precisamos taxar esses alimentos, como já ocorre com o cigarro e o álcool e oferecer incentivos para o consumo de alimentos in natura”, finaliza.

Fonte: assessoria de imprensa