Saúde Intestinal é a Chave no Controle de Doenças Autoimunes: Veja os Alimentos que Ajudam
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Muito além da digestão, o intestino exerce um papel fundamental no equilíbrio do sistema imunológico. Afinal, segundo a nutricionista Aline Quissak — pesquisadora em nutrição clínica, especializada em imunidade e CEO da plataforma Scanner da Saúde —, cerca de 70% das células imunes do corpo estão localizadas na mucosa intestinal, o que torna esse órgão uma peça central na prevenção e no controle de doenças autoimunes.

Aline explica que a integridade do intestino e o equilíbrio da microbiota intestinal influenciam diretamente a forma como o corpo responde a agentes internos e externos. assim, quando essa barreira se rompe, por disbiose ou aumento da permeabilidade intestinal, abre-se caminho para o desenvolvimento de processos inflamatórios que podem desencadear doenças autoimunes.

Entre as doenças associadas a esse desequilíbrio estão:
Tireoidites autoimunes (Hashimoto e Graves)
Artrite reumatoide
Lúpus eritematoso sistêmico
Psoríase
Esclerose múltipla
Doença celíaca e outras enteropatias autoimunes
Então, de acordo com a nutricionista, a presença de bactérias benéficas como Akkermansia muciniphila, Faecalibacterium prausnitzii, Bifidobacterium longum, Eubacterium hallii e Roseburia spp. tem efeito direto sobre a integridade da mucosa intestinal.

“Assim, essas cepas produzem ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, que reduzem a inflamação e fortalecem as junções celulares, mantendo a barreira intestinal eficiente”, complementa.

Então, o que fazer nesses casos?

Há diversas estratégias eficazes e validadas por evidências científicas para melhorar a saúde intestinal e, com isso, reduzir o impacto das doenças autoimunes:
Probióticos específicos
Faecalibacterium prausnitzii: ação anti-inflamatória (em desenvolvimento como probiótico de nova geração)
Bifidobacterium longum BB536: equilibra respostas imunes
Lactobacillus rhamnosus GG e GR-1: reforçam a barreira intestinal
Alimentos moduladores da microbiota
Inulina e FOS (cebola, alho, chicória): aumentam cepas benéficas
Psyllium e grão-de-bico: favorecem F. prausnitzii e Roseburia
Chá verde, cacau e frutas vermelhas (ricos em polifenóis): estimulam A. muciniphila
Correção da permeabilidade intestinal
Nesse sentido, nutrientes como butirato, glutamina, zinco e vitamina D são recomendados para restaurar a barreira intestinal e reduzir inflamações sistêmicas.

Dieta anti-inflamatória personalizada

A especialista indica a dieta do Mediterrâneo e abordagens plant-based ricas em fibras como aliadas no aumento da diversidade microbiana e no controle imunológico. Bem como, devemos evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, glúten (em indivíduos sensíveis) e aditivos químicos. 

Prebióticos e compostos bioativos com dosagem orientada
Aline destaca a importância de incluir compostos funcionais na dieta:
  • Inulina e FOS: 5 a 10 g/dia
  • Amido resistente: 15 a 30 g/dia (batata resfriada, banana verde)
  • Polifenóis: ≥500 mg/dia (mirtilo, chá verde)
Por fim, a especialista lembra que tudo isso deve ser feito por um profissional capacitado e de forma individualizada.
“Modular a microbiota intestinal é uma abordagem clínica que precisa ser feita de forma personalizada, com base em exames de microbioma, sintomas clínicos e objetivos do tratamento. Afinal, essa é a chave para promover qualidade de vida e, em muitos casos, alcançar a remissão sustentada das doenças autoimunes”, conclui.

Fonte: assessoria de imprensa