Por Que Pessoas Autistas Rejeitam Alimentos "Normais"?
A seletividade alimentar está profundamente ligada às particularidades sensoriais que caracterizam o transtorno. Entender essa relação é essencial para promover empatia, respeito e estratégias de apoio mais eficazes.
Seletividade alimentar refere-se à recusa insistente de alguns alimentos com base em características específicas como:
– Textura (alimentos pastosos, fibrosos, crocantes)
– Cor (preferência por alimentos brancos, por exemplo)
– Temperatura (aversão a comidas quentes ou frias demais)
– Sabor ou cheiro (hipersensibilidade para odores fortes ou sabores amargos)
Para muitas pessoas autistas, essas características podem ser não só incômodas, mas causar aversão e até mesmo serem dolorosas. Pessoas autistas frequentemente apresentam diferenças no processamento sensorial; isso quer dizer que seus cérebros interpretam estímulos do ambiente de maneira mais intensa ou menos intensa – Alerta a Dra. Gesika Amorim, Pediatra, Pós-graduada em Neurologia e Psiquiatria, especializada em Tratamento Integral do Autismo em Neurodesenvolvimento.

No contexto alimentar, isso pode se manifestar como Hipersensibilidade:

Olfativa: o cheiro de alguns alimentos pode causar náusea.
Auditiva: o som de alimentos crocantes pode ser intolerável.
Oral/Tátil: a textura de um alimento pode causar extremo desconforto ou até reflexo de vômito.

Essas experiências sensoriais não são escolhas, mas reações neurológicas reais e involuntárias.

A seletividade alimentar pode gerar preocupações nutricionais e sociais, especialmente quando há pressão para “comer como todo mundo”. No entanto, forçar a alimentação pode aumentar a ansiedade e a aversão – Explica a Dra. Gesika.

Algumas estratégias respeitosas incluem:

Apresentação gradual de novos alimentos, sem pressão.

Tornar a refeição visualmente agradável e previsível.

Criar um ambiente calmo e sem estímulos sensoriais excessivos

Ouvir a pessoa autista e validar suas percepções

A seletividade alimentar entre autistas é uma expressão legítima de suas necessidades sensoriais. Compreender esse comportamento sob a ótica do autismo é um passo importante para construir uma convivência mais acolhedora e inclusiva. Respeitar o que o outro sente, mesmo que a gente não sinta igual, é praticar a empatia – Conclui a Dra. Gesika Amorim.

 

Dra Gesika Amorim é Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental;  Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular – (Medicina Integrativa) e Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.