Ambientes industriais geralmente proíbem o uso da madeira, já que sua porosidade absorve umidade e retém resíduos alimentares. Essas características tornam difícil a higienização adequada, aumentando o risco de proliferação de microrganismos.
De acordo com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), os acessórios em contato com alimentos devem ser suficientemente inertes para não transferir substâncias que representem risco para a saúde ou alterem as propriedades dos alimentos.
Lidiane Bastos, administradora de empresas e CEO do Grupo Simão — empresa com 30 anos de atuação no setor de equipamentos e utensílios de cozinha — alerta que, além da madeira, alguns plásticos também oferecem riscos, principalmente quando não seguem os critérios de segurança definidos pelo Regulamento (CE) nº 1935/2004.
“O uso de itens inadequados pode liberar substâncias nocivas nos alimentos, comprometendo a segurança alimentar. O mesmo regulamento estabelece que os materiais devem garantir que não transfiram substâncias para os alimentos em quantidades que representem perigo para a saúde ou provoquem alterações inaceitáveis na composição dos alimentos”, destaca.
Diante dessas restrições, é essencial que cozinhas industriais adotem materiais alternativos que atendam às exigências legais e garantam a segurança dos alimentos. O aço inoxidável, por exemplo, se destaca como uma das melhores opções por resistir à corrosão, ser fácil de limpar e ter alta durabilidade. A executiva explica que superfícies de trabalho, prateleiras e utensílios feitos desse material atendem bem às exigências de ambientes com altos padrões de higiene.
Para tábuas de corte, o polietileno de alta densidade (PEAD) é uma alternativa segura. Esse material não é poroso, é fácil de higienizar e resistente a cortes, o que reduz o risco de contaminação cruzada. Além disso, o uso de bases de diferentes cores para tipos específicos de alimentos — como vermelho para carnes vermelhas, azul para peixes e verde para vegetais — é uma prática recomendada para evitar a transferência de microrganismos entre alimentos crus e cozidos.
A conformidade com as normas sanitárias não apenas evita penalidades legais, mas também demonstra o compromisso do estabelecimento com a saúde dos consumidores. Investir em materiais adequados e seguir as diretrizes estabelecidas pelas autoridades competentes são passos fundamentais para garantir a segurança alimentar e a reputação do negócio.
Como aplicar os padrões das cozinhas industriais na segurança da cozinha doméstica
Embora pensados para ambientes de alta demanda, muitos dos cuidados exigidos em cozinhas industriais podem — e devem — ser adotados também na cozinha de casa. Um exemplo claro é a substituição das tábuas de madeira por tábuas de polietileno de alta densidade, que evitam a retenção de resíduos e são muito mais fáceis de higienizar. O uso de utensílios de silicone alimentício, em vez de plásticos simples ou colheres de pau, também minimiza os riscos de contaminação. Além disso, a adoção de recipientes de vidro temperado para armazenamento de alimentos, em lugar de plásticos comuns, evita a possível transferência de substâncias nocivas.
Outro cuidado essencial é a organização da cozinha para evitar contaminação cruzada. Vale a pena destinar utensílios e tábuas específicas para carnes, peixes e vegetais.
“A limpeza constante das superfícies de preparo e a secagem adequada com panos de microfibra ou papel, em vez de panos de prato convencionais, são hábitos simples, mas que contribuem muito para a segurança alimentar no dia a dia doméstico. Incorporar essas práticas inspiradas em cozinhas profissionais oferece mais tranquilidade e proteção para toda a família”, finaliza Lidiane.
Fonte: assessoria de imprensa