Entenda os efeitos dos alimentos ultraprocessados na saúde mental

Artigo científico publicado na revista Nutrients, de 2022, mostrou como o consumo de alimentos ultraprocessados pode estar associado a doenças mentais como depressão, ansiedade e outros transtornos. O texto “Ultra-Processed Food Consumption and Mental Health: A Systematic Review and Meta-Analysis of Observational Studies”, mostra que o maior consumo de alimentos ultraprocessados foi transversalmente associado a maiores chances de sintomas depressivos e ansiosos.
Segundo o artigo, os transtornos mentais estão entre as principais doenças no mundo e um relatório recente do Global Burden of Disease Study observou que, apesar da maior disponibilidade de tratamentos (por exemplo, aumento de prescrições), não houve redução na carga de transtornos mentais desde 1990. E a má qualidade da alimentação é um alto fator de risco para o desenvolvimento dessas doenças.

Para Laís Murta, nutricionista e mestranda pelo Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa, os alimentos ultraprocessados alteram a flora intestinal causando um desequilíbrio que prejudica a saúde como um todo, inclusive a saúde mental. “A alimentação é o principal modulador da microbiota intestinal, uma vez que fornece os substratos energéticos (alimentos) para as bactérias simbióticas (boas), promovendo o equilíbrio da microbiota”, explica a nutricionista.

Quais são os alimentos ultraprocessados?

Os alimentos ultraprocessados são, geralmente, formulações industriais elaboradas com partes de alimentos. Geralmente são mais convenientes, sem a necessidade de cozimento ou preparo. Por exemplo, os sucos artificiais, embutidos, pratos prontos, bolachas e cereais matinais. “O problema é que o consumo excessivo desses alimentos está cada vez mais associado a doenças crônicas, cardiovasculares e, com cada vez mais dados científicos, aos transtornos mentais”, acrescenta Laís.

Para corrigir esses desequilíbrios e evitar doenças, uma alimentação saudável e equilibrada, com mais “comida de verdade” é a principal estratégia. “Por isso sempre digo que é importante “descascar mais e desembrulhar menos”. São nos alimentos in natura e naqueles minimamente processados (mais naturais, sem conservantes e aditivos) que encontramos mais vitaminas, polifenóis e outros nutrientes fundamentais para o equilíbrio do organismo”.

Nutrientes como Vitamina B6, Vitamina D, Zinco, Ômega 3, Ômega 6, Vitamina B9 e Vitamina B12 são muito importantes para o bom funcionamento do sistema nervoso central. Eles podem ser encontrados em:

Gorduras ômega-3: elas são encontradas em peixes de água fria e oleosos como salmão (selvagem), cavala e sardinha. Além de sementes tais como semente de linhaça e semente de chia.


Alimentos fermentados: iogurte, kefir, chucrute e queijos “vivos” contêm micróbios saudáveis. Esse tipo de alimento demonstrou ser benéfico para saúde mental.

Alimentos ricos em fibras e carboidratos complexos: grãos integrais, nozes, sementes, frutas e vegetais contêm fibras prebióticas que servem de “alimento” para as bactérias intestinais. Os prebióticos podem reduzir o hormônio do estresse em humanos, através da melhora do equilíbrio da microbiota intestinal.
Alimentos ricos em polifenóis: cacau, chá verde, azeite e café contêm polifenóis que são substâncias que também servem de prebioticos, melhorando a composição da microbiota.
Alimentos ricos em triptofano: Peru, ovos, grão de bico e queijo são alimentos ricos em triptofano, aminoácido que é convertido no neurotransmissor serotonina.

Fonte: assessoria de imprensa