Em 18 de junho foi celebrada a imigração japonesa no Brasil. A data marca o dia em que o primeiro navio com imigrantes japoneses chegou em mares tupiniquins, mais especificamente no porto de Santos, em São Paulo, em 1908. De fato, a imigração é um acontecimento histórico, e, certamente, influenciou muito nos costumes do brasileiro e quando se trata da vinda dos japoneses, uma coisa que vem logo em mente é a culinária deles, que acabou se tornando uma das mais amadas e saborosas entre nós.

Essa culinária é muito rica em especiarias, temperos e molhos que agradam diversos tipos de paladares, no entanto, segundo especialistas, no Brasil, a cozinha japonesa passou por algumas mudanças para se adaptar aos temperos que existem aqui e também a outros tipos de paladares, por isso, muitas vezes a comida é considerada diferente da que é consumida no Japão, visto que,  ambos os povos possuem culturas diferentes, logo, as preferências mudam.

No paladar dos brasileiros

De acordo com a pesquisa Hábitos alimentares do brasileiro: preferências, dietas e tendências de consumo, realizada pela Banca do Ramon, quando se trata de culinária estrangeira, 31% dos brasileiros entrevistados preferem frequentar restaurantes asiáticos, e esse número não surpreende, uma vez, que a gastronomia oriental, mais precisamente a japonesa, se popularizou muito no Brasil na década de 90, época em que houve uma grande proliferação de restaurantes japoneses no país, especialmente em São Paulo, e ainda hoje é muito comum ver esses estabelecimentos, no entanto, hoje em dia, eles podem oferecer três tipos de ambientes e receitas: as contemporâneas, tradicionais e os famosos rodízios.

Segundo a nutricionista e consultora da Banca do Ramon, Nathália Gazarra, essa popularização aconteceu, principalmente, porque a comida japonesa era considerada saudável. “Comer em um restaurante japonês é considerável saudável, pois os alimentos são frescos e in natura e isso leva muitas pessoas a exagerarem na quantidade na hora da refeição e esquecem dos legumes, peixes e cogumelos nos pratos. É importante ficar atento ao modo de preparo, evitar frituras, muito comum na comida japonesa ocidental, e preferir preparações cozidas ou assadas, como no caso do guioza cozido e do salmão assado, por exemplo. Além disso, dependendo dos molhos e acompanhamentos que você escolher, pode deixar o prato mais calórico, como o temaki com creme cheese ou maionese”, explica.

Como consumir e ainda manter uma alimentação saudável?

Não é fácil manter uma alimentação saudável e equilibrada diante de tantas tentações que existem no cardápio, no entanto, não é uma missão impossível, o ideal é consumir os alimentos crus, cozidos ou assados; moderação nos pratos que contenham arroz, pois eles normalmente contém açúcar na sua preparação; e, evitar os pratos que são fritos. Mas, vejas algumas dicas valiosas para saborear uma boa refeição sem medo:

Escolha bem o restaurante

Todo estabelecimento merece uma avaliada antes de ser escolhido. Neste caso, como os principais pratos são consumidos crus, qualquer descuido pode causar doenças. Então, é extremamente importante saber como o restaurante trabalha, a procedência dos alimentos e conhecer a qualidade do que é oferecido. Vale até mesmo uma conversa com os profissionais da casa e uma avaliação nas redes sociais para saber o que os clientes acham.

Se atente aos pratos

Os peixes como, salmão, atum e os frutos do mar são boas opções. São fonte de ômega 3 e possuem vitaminas A, D e E, além de serem ricos em cálcio, sódio e zinco. “Os pratos mais tradicionais como o temaki e o sushi, possuem o gohan na composição, que é aquele arroz japonês que contém açúcar no preparo. Não tem problema em consumi-lo, porém, é mais calórico se você consumir uma quantidade exagerada, o que acontece muito quando as pessoas vão em rodízios e tendem a extrapolar na quantidade.”, detalha Gazarra.

Tenha cuidado com o molho

Mesmo optando pelas opções mais leves, o molho que acompanha pode ser muito calórico, então, é importante prestar atenção em alguns detalhes, como por exemplo, o molho shoyu, que é muito utilizado na cozinha oriental e apesar de dar um sabor mais acentuado nos pratos, ele possui sódio e o excesso dele pode fazer mal à saúde. “Uma dica é substituir o shoyo tradicional pelo shoyo light, que contém menos sódio na composição. Tente espremer um pouco de limão em uma colher de sopa de shoyo para diluir ele um pouco, e assim consumir menos sódio. É preferível os molhos a base de limão e azeite. O shoyo combina bem com comida japonesa, mas é necessário cautela, porque é comum o exagero quando vamos a esses restaurantes, já que o ingrediente combina muito bem com os pratos”, explica a nutricionista.

Benefícios da comida japonesa

Não é apenas a culinária japonesa que merece alguns cuidados, todas as outras também precisam, mas como esse tipo de comida sempre teve uma “fama” entre as pessoas de ser saudável, é importante ressaltar que o consumo merece, sim, algumas cautelas. No entanto, a cozinha oriental também oferece muitos benefícios a saúde. Veja alguns:

Peixe

Truta, salmão e atum são espécies muito utilizadas e elas são aliadas do coração e do cérebro, porque elas possuem ômega 3, uma gordura boa, chamada gordura poli-insaturada. Os benefícios mais conhecidos do ômega 3 é a proteção da saúde cardiovascular e cerebral. “O ômega 3 é formado pelo EPA (ácido eicosapentaenoico) e DHA (ácido docosahexaenoico) esses ácidos graxos essenciais, são chamados assim, pois nosso corpo não produz.  Quando ingeridos, essas gorduras, tem a função de formar uma camada lipídica em volta da célula. E quando as membranas celulares estão repletas desses ácidos, as funções das células funcionam melhor, prevenindo e reduzindo o risco de diversas doenças, no coração, no cérebro e até nos olhos”, detalha a nutricionista da Banca do Ramon.

Gengibre

O gengibre tem ação anti-inflamatório e ainda favorece a digestão. Além de auxiliar a neutralizar o sabor entre um prato e outro. Para quem quer emagrecer também é um ótimo aliado, pois ajuda a acelerar a queima de gordura.

Tofu

Esse queijo vegetal é muito consumido nos países asiáticos. É uma fonte de proteína, de magnésio, zinco, cobre e vitamina B1. “Alguns estudos mostram que o tofu pode ajudar a prevenir doenças cardíacas, câncer de mama e de próstata e também combate o envelhecimento precoce. No entanto, como é feito da soja, o ideal é que seja orgânica, para não correr o risco de ingerir um alimento com uso de agrotóxico”, aconselha a nutricionista.

Chá verde

Muitos restaurantes oferecem durante ou após a refeição, o chá verde.  Além de ser antioxidante, auxilia muito na digestão e é um hábito bem tradicional dos japoneses.

Cogumelo

O cogumelo é bastante utilizado na cozinha japonesa e eles possuem propriedades antioxidantes, tem poucas calorias e carboidratos, tem mais proteínas e ajudam a aumentar a imunidade e são fontes de zinco e vitamina B12. Os cogumelos utilizados nesta culinária são shitake e shimeji e para quem não quer sair da dieta, moderação com os molhos que acompanham.

Pepino e algas

O pepino é muito utilizado na culinária oriental, e de acordo com Gazarra é um vegetal que tem em sua composição 95% de água. “Por conta da quantidade de água ajuda na hidratação. Além de ter baixa caloria, tem potássio e fibra na composição. As algas, presentes, no sushi e temaki são boa fonte de fibras também”, finaliza.

 

Fonte: assessoria de imprensa