Celebrar com consciência: o impacto do álcool na performance esportiva
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Durante muito tempo, comemorar uma vitória ou o fim de uma rotina de treinos puxada vinha acompanhada de um copo na mão e, quase sempre, com álcool dentro dele. Mas, à medida que saúde, bem-estar e performance física se tornam prioridades, atletas e praticantes de atividade física começam a rever esse hábito. Afinal, como conciliar celebração e desempenho sem comprometer resultados?
Essa reflexão não é mais exclusividade de nutricionistas ou médicos do esporte. Está nos feeds de redes sociais, nos bastidores das academias e até nos pódios, onde, cada vez mais, o brinde pós-prova se transforma em algo simbólico, não intoxicante.

Efeitos do álcool sobre o desempenho

A ciência é clara: o consumo de álcool compromete a performance esportiva. Estudos recentes indicam que o álcool reduz em até 37% a síntese proteica muscular após o exercício, prejudicando a sinalização da via MTOR, essencial para o crescimento e reparo muscular. Isso significa que beber com frequência, especialmente após treinos intensos, é nadar contra a maré dos próprios objetivos.

O álcool também afeta a qualidade do sono, principalmente as fases REM e de sono profundo, fundamentais para a recuperação física e mental. A fragmentação do sono causa fadiga, reduz a disposição e impacta o desempenho no treino seguinte. Do ponto de vista hormonal, o álcool eleva os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e reduz a produção de testosterona, especialmente em homens, prejudicando o anabolismo e a construção de massa magra.

Um novo comportamento, uma nova mentalidade

Não por acaso, estamos vivendo uma mudança cultural importante. A busca por saúde integral e desempenho de longo prazo tem feito com que muitos atletas, amadores e profissionais, adotem o chamado mindful drinking, movimento que propõe mais consciência sobre quando e por que consumimos álcool.

Os números confirmam essa tendência: segundo a Euromonitor International, 41% dos jovens adultos reduziram o consumo de álcool nos últimos 12 meses, motivados por preocupações com qualidade de vida, sono e performance física. No universo fitness, a redução é ainda mais expressiva entre aqueles que buscam hipertrofia e alta performance.

A cerveja sem álcool ganha espaço

Nesse novo cenário, cresce a procura por alternativas que ofereçam o ritual da celebração sem os prejuízos do álcool. A cerveja sem álcool, por exemplo, surge como uma opção refrescante, saborosa, com forte apelo social e, mais importante, compatível com um estilo de vida mais saudável e ativo.
O mercado entendeu o recado. De acordo com a IWSR Drinks Market Analysis, o segmento de bebidas low & no alcohol cresce cerca de 7% ao ano no mundo todo. No Brasil, a curva também é ascendente, impulsionada por consumidores que não querem escolher entre brindar e cuidar da saúde.
Mais do que uma simples substituição, trata-se de uma ressignificação do ato de celebrar. A cerveja sem álcool não é “menos”. Ela é mais alinhada a uma vida de disciplina, bem-estar e autocuidado. Preserva o momento de socialização sem comprometer o treino de amanhã.

O futuro é sóbrio e cheio de sabor

Não se trata de demonizar o álcool, mas de entender seu papel. Se o objetivo é melhorar a performance, dormir melhor, ter mais foco e evitar a fadiga prolongada, vale repensar o copo. Para muitos atletas e entusiastas do esporte, a decisão de reduzir ou eliminar o álcool tem sido libertadora.
Celebrar continua sendo importante. Mas hoje, a celebração ganha novos significados: consciência, equilíbrio e coerência com o estilo de vida que se quer construir. E isso não significa abrir mão do prazer, mas escolher prazeres que também cuidam do corpo e da mente. No final das contas, a verdadeira vitória é poder brindar sem perder o ritmo.

 

*Eduardo Andrade é cofundador da ETAPP, primeira marca de cerveja artesanal SEM álcool com DNA 100% esportivo, parceira de grandes eventos como IRONMAN e SP City Marathon. E-mail: etapp@nbpress.com.br