Quem nunca se deliciou com os doces da Casa Cavé, não sabe o que está perdendo. Cenário vivo da nossa história, a confeitaria tinha como frequentadores personalidades como Olavo Bilac, Chiquinha Gonzaga, Carlos Drummond de Andrade, Tarsila do Amaral e o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Há mais de um século e meio a Casa Cavé é parada obrigatória em uma visita ao Centro da cidade do Rio de Janeiro. Entrar nela é voltar ao passado, reviver um pouco do Rio Antigo.

Aberta em 5 de março 1860, na Rua Sete de Setembro, nº 133, a casa Cavé  é  a mais antiga confeitaria da cidade do Rio. Foi fundada por Charles Auguste Cavé, francês que ficou a frente do negócio até 1922. A arquitetura marcante possui influência de diversos países, com lustres, vitrais e vidros em geral eram franceses; as cadeiras e as mesas foram projetadas por Cólon, um espanhol que residia no Brasil; e as luminárias eram brasileiras. A Casa Cavé sempre foi frequentada pelos nobres da cidade, que dividiam espaços nos salões com outros cariocas. Há registros de que o prefeito Pereira Passos, responsável por uma das maiores obras de arruamento já registrado na cidade, era habitué da casa.

Embora a casa tenha sido fundada por um francês e lembre os cafés parisienses, os destaques do cardápio sempre foram os doces portugueses. Os Pastéis de Belém (folhado com creme especial de ovos) da Casa Cavé são um dos mais tradicionais da cidade, e dividem com o Toucinho do Céu (de amêndoas) e o Dom Rodrigo (fios de ovos e canela) o posto de mais antigos e representativos da confeitaria. A face portuguesa da casa se reflete também na decoração. Além do tradicional painel de azulejos com a Torre de Belém, a casa é enfeitada com lenços portugueses.

Passado e retorno ao local de origem

Em 2000, a Casa Cavé deixou a esquina da Rua Uruguaiana com Sete de Setembro (Rua Sete de Setembro, nº 133), e passou a ocupar uma loja na Rua Sete de Setembro, no número 137 – onde foi Chapelaria A Radiante. Mantendo sua arquitetura marcante do antigo endereço onde a Cavé esteve por 140 anos. Em 2015, o prédio tombado na esquina da Rua Sete de Setembro com Uruguaiana, que guarda parte da história do Rio e dos cariocas, voltou a abrigar a confeitaria mais antiga da cidade (completa 5 anos, em maio). Foi preciso esperar 15 anos, mas, a Cavé, finalmente, resgatou seu passado de glória em seu endereço tradicional. E ainda mantém a outra unidade no mesmo quarteirão, nº 137.

Diariamente, são produzidos cerca de mil doces na Casa Cavé para as duas casas. Outros clássicos da casa também se destacam, como Pastel de Santa Clara, Trouxa d’ovos e Ovos moles de Aveiro, que dividem o cardápio com doces da pâtisserie francesa, como Palmier (com cobertura doce de ovos), Croissant (chocolate / creme), Mil Folhas e Eclair (bomba de chocolate / creme), doces brasileiros como Sonhos (com creme), Quindim e Queijadinha, Biscoito Raiva (chocolate com canela) e Petit Four de Nozes…. Hummm… Todos estão lá para serem degustados, sabores tradicionais. E o cardápio ganhou ainda almoço gourmet no Salão Personalidades (loja matriz), com grelhados, saladas e sanduíches suculentos. Cavé traz histórias, tem um legado, mantendo delícias há décadas, uma chancela icônica.

 

 

 
Fonte: assessoria de imprensa