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De acordo com dados divulgados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a previsão de inflação para este ano é de 10,76%. Isso afeta todos os mercados, mas principalmente o de alimentação, já que mexe com nossas necessidades básicas.

Essa conta já bateu na porta das redes de alimentação, que precisam se adaptar à esta realidade. Muitas, para driblar a inflação, apostam em ingredientes mais baratos, ou fazem promoções para refeições compartilhadas. Algumas, em último caso, reajustam os preços abaixo do nível da inflação, para que a demanda de clientes não diminua.

Como lidar com esta situação? É claro que não existe uma fórmula secreta, mas a meu ver, o foco deve ser a democratização dos produtos, pensar nos diferentes públicos. Assim, promover combos, como grandes redes de alimentação têm feito, parece ser uma boa ideia. Inflar os preços, simplesmente, será um tiro no próprio pé – e bem dado.

Alguns segmentos da alimentação, como é o caso da saudável, costumam ser vistos como exclusivos e restritos por definição. Este é um mito que precisa ser derrubado, principalmente agora. É possível, sim, comer de forma saudável por um preço justo.

Veja, no início da pandemia, segundo dados da consultoria global Kantar, 33% dos brasileiros disseram ter aumentado o consumo de legumes, verduras e hortaliças, sendo que 67% planejavam manter o novo hábito no futuro. Nunca a população havia se aproximado tanto da alimentação saudável. O futuro mencionado na pesquisa chegou. A democratização do bem-estar e da boa alimentação é possível e precisa ser feita agora.

 

*Gustavo Dinamarco é sócio-fundador da Sucos S/A, rede de alimentação saudável que faturou R$ 5 milhões em 2021