Anvisa analisa os resíduos de agrotóxicos em alimentos
A Anvisa divulgou em 6 de dezembro, os resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para). Desse modo, nesse programa, houve a análise de 25 tipos de alimentos em um total de 5.068 amostras, abrangendo os ciclos de 2018/2019 e 2022.

Assim, a iniciativa visa avaliar a presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos coletados em supermercados de todas as regiões do Brasil. Afinal, a análise das amostras foram minuciosas em laboratórios com especialização, utilizando métodos científicos com reconhecimento internacional. Essa abordagem abrangente busca fornecer informações cruciais sobre a presença de agrotóxicos nos alimentos consumidos pela população, contribuindo para a segurança alimentar e saúde pública, além de orientar possíveis ajustes em políticas e regulamentações relacionadas ao uso desses produtos na produção alimentar.

Nesse sentido, neste ciclo do programa, uma das inovações notáveis foi a inclusão de novos alimentos processados. Pela primeira vez, o café em pó, a aveia e o leite de soja foram submetidos à análise. Além disso, também pela primeira vez, houve o exame em alimentos de origem principalmente importada, ou seja, com cultivos fora do país, como por exemplo, a pera, que tem mais de 90% de sua procedência vinda do exterior.

Conforme destacado no relatório, os resultados do monitoramento e da avaliação de risco dos alimentos essenciais na dieta nacional indicam que os alimentos de origem vegetal consumidos apresentam segurança em relação aos potenciais riscos de intoxicação aguda e crônica. As identificações de situações de risco agudo foram isoladas e originárias de fontes conhecidas. Segundo a agência, a Anvisa tem tomado medidas e fornecido recomendações específicas para mitigar esses riscos identificados.

Riscos agudo e crônico

Os resultados primordiais do monitoramento para a saúde humana concentram-se nos riscos agudo e crônico.

O risco agudo refere-se à possibilidade de danos à saúde decorrentes do consumo de uma quantidade substancial de alimento contendo resíduos específicos de agrotóxicos em um período breve, como uma única refeição ou em um único dia de ingestão. Por outro lado, o risco crônico avalia a probabilidade de danos à saúde associados ao consumo ao longo da vida de diversos alimentos com resíduos de determinado agrotóxico. Isso é analisado levando em consideração o perfil de consumo de alimentos de origem vegetal no Brasil.

Risco agudo na laranja 

Um feito notável ao longo da trajetória do programa é a notável redução do risco agudo associado à laranja. No ciclo de 2013/2015, 12,1% das amostras analisadas apresentavam potencial risco agudo. No ciclo subsequente de 2018/2019, esse número despencou para 3%, e nas amostras de 2022, a redução do risco agudo foi maior, chegando a 0,6%.

Essa evolução é atribuída, em grande parte, à proibição do carbofurano após uma reavaliação, bem como à exclusão do carbossulfano no cultivo de citros (plantas cítricas). Adicionalmente, a Anvisa implementou restrições de uso para outras substâncias, incluindo a metidationa e o formetanato. Para esses agrotóxicos, também ocorreu a revogação da autorização de uso em alimentos como laranja, uva e morango.

Fonte: Anvisa