Dia Mundial do Cérebro, em 22 de julho, é uma data para promover a conscientização sobre a importância de cuidar da saúde cerebral em todas as fases da vida. Assim, o tema global da campanha deste ano é “Saúde Cerebral para Todas as Idades”, com ênfase no cuidado contínuo, desde a infância até a terceira idade.
Nesse sentido, promovida pela Federação Mundial de Neurologia, a campanha deste ano se apoia em cinco pilares essenciais: conscientização, educação, prevenção, acesso e advocacy. Assim, a proposta é clara: proteger o cérebro é uma responsabilidade coletiva e diária.
Segundo a Dra. Claudia Suemoto, diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo e diretora do Biobanco para Estudos em Envelhecimento da Faculdade de Medicina da USP, o cérebro é um órgão extraordinário, mas extremamente sensível ao nosso estilo de vida. “Diversos hábitos cotidianos, muitas vezes negligenciados, podem comprometer significativamente a saúde cognitiva”, alerta.
Entre os principais inimigos da saúde cerebral, destacam-se oito fatores comuns:
Privação de sono
Estresse crônico
Sedentarismo
Má alimentação
Consumo excessivo de álcool
Tabagismo
Descontrole de fatores de risco cardiovasculares, como hipertensão, diabetes, obesidade e colesterol alto
Isolamento social com baixa estimulação mental
Baixa escolaridade
Déficits sensoriais, como perda auditiva e visual
Esses hábitos impactam diretamente funções essenciais do cérebro. Dormir menos de seis horas por noite, por exemplo, prejudica a consolidação da memória e favorece processos inflamatórios. Já o estresse prolongado eleva os níveis de cortisol, hormônio que, em excesso, pode afetar áreas cerebrais cruciais, como o hipocampo. A falta de atividade física reduz a plasticidade neural, enquanto dietas ricas em sal, açúcar e gordura saturada aceleram o envelhecimento cerebral.
O excesso de álcool e o tabagismo danificam neurônios e comprometem a vascularização do cérebro. Fatores de risco cardiovasculares mal controlados aumentam o risco de AVCs e declínio cognitivo. E a solidão, aliada à falta de estímulo intelectual, pode levar à atrofia cerebral precoce.
De acordo com a Dra. Suemoto, mudanças simples no estilo de vida podem gerar efeitos profundos e duradouros. Algumas recomendações práticas incluem:
Manter uma rotina de sono adequada
Praticar exercícios físicos regularmente (como caminhada, musculação, dança ou natação)
Adotar uma alimentação rica em frutas, vegetais, grãos integrais e peixes
Reduzir o consumo de álcool
Abandonar o cigarro
Controlar fatores de risco cardiovasculares com acompanhamento médico
Cultivar uma vida social ativa e manter o cérebro em constante desafio com leitura, música, jogos e novos aprendizados
Ela ainda destaca curiosidades importantes: durante o sono profundo, o cérebro realiza uma espécie de “faxina”, que remove resíduos tóxicos acumulados. A prática de exercícios físicos estimula a produção de BDNF, uma proteína fundamental para a proteção e crescimento de neurônios. Já alimentos como frutas vermelhas, vegetais crucíferos e peixes ricos em ômega-3 funcionam como antioxidantes naturais, contribuindo para a prevenção de doenças como a doença de Alzheimer.
Dra. Suemoto comenta que ao longo da vida, desde a gestação até a velhice, o cérebro exige cuidado constante. Esses dez fatores representam grandes ameaças, mas a boa notícia é que podemos agir. Com pequenas mudanças consistentes, é possível manter nossa vivacidade mental com o passar dos anos. O Dia Mundial do Cérebro nos convida a refletir, educar e lutar por um acesso mais igualitário aos cuidados para o cérebro. Afinal, proteger o cérebro é proteger aquilo que temos de mais valioso: a nossa autonomia e capacidade de decisão.
A SBGG-SP aproveita a data para reforçar recomendações práticas: adotar hábitos protetores, realizar check-ups periódicos, estimular o cérebro com novas atividades e, principalmente, compartilhar essas informações com familiares e amigos.
Com o apoio de instituições como a ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a campanha internacional busca reduzir o impacto das doenças neurológicas, que são atualmente a principal causa de anos vividos com incapacidade no mundo. No Brasil, a SBGG-SP se soma a esse esforço com ações de educação, engajamento social e promoção da longevidade cognitiva.
Fonte: assessoria de imprensa