22,4% dos brasileiros não tiveram acesso a uma alimentação saudável em 2021, aponta a ONU

O Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição da América Latina da ONU (Organização das Nações Unidas) apresenta os principais indicadores de fome, insegurança alimentar, desnutrição em todas as suas formas e aqueles relacionados ao custo e à acessibilidade de uma alimentação saudável.

O impacto da pandemia

O impacto da pandemia da COVID-19, a crise climática e a guerra na Ucrânia, bem como a desaceleração econômica, o aumento da inflação de alimentos e a desigualdade de renda, tiveram um impacto nos números regionais.

O Panorama aponta que, em 2021, globalmente, um total de 3,14 bilhões de pessoas no mundo não podiam pagar por uma alimentação saudável. Este índice representa 42,2% da população mundial. Neste sentido, o índice de brasileiros que não tiveram acesso a uma alimentação saudável foi de 22,4%.

No Brasil, Peru e Equador, esse número variava de 20% a 26%. Por outro lado, o Chile e o Uruguai apresentaram as porcentagens mais baixas, com 3,5% e 5,2% da população, respectivamente

A América do Sul registrou reduções na prevalência da fome e da insegurança alimentar moderada ou grave entre 2021 e 2022.

Insegurança alimentar

A prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave afetou mais as mulheres do que os homens, e a incidência aumenta à medida que a urbanização diminui.

A insegurança alimentar continua a afetar diferentes grupos da população de forma desigual, sendo as mulheres e os moradores da zona rural os mais vulneráveis. As mulheres enfrentam maior insegurança alimentar do que os homens, e, embora o número tenha sido reduzido em 2022, a diferença regional ainda é maior do que a diferença global. Além disso, as populações rurais e periurbanas apresentam maior prevalência de insegurança alimentar do que os homens.

A Argentina registrou insegurança alimentar moderada ou grave para um terço de sua população. Chile e Uruguai apresentaram a menor prevalência, com 18,1% e 15,2%, respectivamente.

Entre os países com a menor prevalência de subnutrição na sub-região estavam o Brasil (4,7%), a Argentina (3,2%), Chile (2,5%), Guiana e o Uruguai (ambos com prevalência abaixo de 2,5%),

Sobrepeso

No período entre 2020 e 2022, o sobrepeso em menores de cinco anos aumentou no Equador (0,9 ponto percentual) e no Paraguai (0,8 ponto percentual). O Peru e o Uruguai tiveram um aumento de 0,7 ponto percentual, enquanto na Argentina e no Brasil foi de 0,6 ponto percentual.

Você pode acessar o relatório na íntegra no link